Imaginem vocês que, nos dias 8 e 9 deste mês de agosto, o Bairro Belvedere e alguns mais tiveram o abastecimento de água cortado. E pensam vocês que foi a cia. de abastecimento, Cesan? Nada disso. Fui informado que, um funcionário "espaçoso" dessa obra que está sendo realizada na Rua Lourival Cavichini, clonou uma chave de registro da Cesan, e fechou a água por sua conta, sem autorização de nenhum funcionário da companhia. Agora eu pergunto: virou zona? Qualquer irresponsável pode sair pela cidade interferindo dessa forma em coisas que não são de sua competência? E nós, usuários, como ficamos?
Conversei com um encarregado da obra, e avisei que se a presepada se repetir, a coisa vai parar no Fórum. E aí, já viu, é? A bomba sempre estoura na mão do mais fraco. Ninguém de cima assume a responsabilidade.
Essa cidade está um verdadeiro desgoverno. A população precisa deixar de ser tolerante com desmandos, sacudir a jaqueira, para que as jacas podres caiam de uma vez, e a gente possa descobrir quem é que manda nessa bagaça.
Autor: Paulo de Souza Xavier
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Reivindico aumento salarial e adicional de periculosidade para os anjos da guarda
Em Bom Jesus do Norte/ES os pedestres são obrigados a trafegar pelo meio das ruas, já que as calçadas são "habitadas" por carros de passeio, motos, caminhonetes, caminhões, et caterva.
Isto posto, só não temos mais atropelamentos e mortes porque os anjos da guarda devem estar fazendo plantões de 24 horas em nossas ruas. São Pedro precisa dar uma força para os caras!
Autor: Paulo de Souza Xavier
Isto posto, só não temos mais atropelamentos e mortes porque os anjos da guarda devem estar fazendo plantões de 24 horas em nossas ruas. São Pedro precisa dar uma força para os caras!
Autor: Paulo de Souza Xavier
Besteirinhas para relaxar
* O fato de a Russia ter dado asilo político ao ex-agente da Cia., Edward Snowden, deixou o presidente norte-americano, Barack Obama, putin da vida. Ele considera o presidente russo, Vladimir, um filho da putin. O caso foi considerado, pela primeira-ministra da Alemanha, Angela, uma merkel. A falecida ex-primeira-ministra britânica, Margareth Tatcher, a dama de ferro, ficou oxidada no túmulo. Quem comemorou muito foi o presidente boliviano, Evo Morales, recentemente envolvido no caso. Afinal de contas, a Rússia deu um jeito de mandar os evos nos Estados Unidos. O comandante cubano, Fidel Castro, não pôde comemorar devidamente, pois continua em coma andante. O lula, é claro, ficou na dele, pois ele nunca sabe de nada.
* Essa novela da Rede Globo, Amor à Vida, deveria se chamar Amor que Cisca. Haja galinhagem!
* Por falar em Rede Globo, o tal seriado Revenge deveria se chamar Não Enche. Haja saco!
* É, gente, não é mole não! A Argentina agora tem o melhor jogador do mundo, a rainha da Holanda, o papa... Só falta ganhar a Copa de 2014 aqui em casa...
* Línguas ferinas já andam dizendo que, na verdade, UPP quer dizer Unidade de Polícia Participativa. Participativa vocês imaginam em quê, né?
* Devido a natureza das fotos que algumas mocinhas veiculam no Facebook, está sendo estudada a possibilidade da criação de uma espécie de antônimo do Facebook. Seria o assbook.
* Gente, vocês viram o Renan Calheiros dizendo que fizeram striptease no Senado? - Oba! Será que foi a Rita Camata?
Autor: Paulo de Souza Xavier
* Essa novela da Rede Globo, Amor à Vida, deveria se chamar Amor que Cisca. Haja galinhagem!
* Por falar em Rede Globo, o tal seriado Revenge deveria se chamar Não Enche. Haja saco!
* É, gente, não é mole não! A Argentina agora tem o melhor jogador do mundo, a rainha da Holanda, o papa... Só falta ganhar a Copa de 2014 aqui em casa...
* Línguas ferinas já andam dizendo que, na verdade, UPP quer dizer Unidade de Polícia Participativa. Participativa vocês imaginam em quê, né?
* Devido a natureza das fotos que algumas mocinhas veiculam no Facebook, está sendo estudada a possibilidade da criação de uma espécie de antônimo do Facebook. Seria o assbook.
* Gente, vocês viram o Renan Calheiros dizendo que fizeram striptease no Senado? - Oba! Será que foi a Rita Camata?
Autor: Paulo de Souza Xavier
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Os longos cochilos do senhor Jaime do Patrocínio
Obs.- Conto interligado. Para entender melhor, leia o imediatamente anterior
O senhor Jaime do Patrocínio, um negro muito velho, de quem ninguém sabia a idade, gastava as horas de seus últimos dias na agradável ocupação de dormitar em uma cadeira de balanço, na varanda de um casarão antigo na praça São Miguel, bem no centro de Rio Garça.
O senhor Jaime recebeu a casa de herança do capitão Macário Peixoto Sena, um senhor paralítico, herói de guerra, que não tinha nenhum parente vivo. O senhor Jaime trabalhou para o capitão por toda a vida, primeiro como criado, e depois como cuidador.
Quando seu estado de saúde se agravou irremediavelmente, o capitão fez questão de deixar para o senhor Jaime, em testamento, o casarão e os recursos pecuniários que lhe restaram, após muitos anos de sofrimento.
O senhor Jaime, então, trouxe para morar com ele uma neta viúva, sem filhos, e uma bisneta órfã e meio leve da cabeça. As duas davam conta das tarefas da casa e cuidavam do senhor Jaime, cuja única enfermidade era a velhice.
Atualmente o velho Jaime cochilava quase o dia todo na mesma cadeira de balanço onde o capitão Macário tomava sol.
O velho recebeu muitas propostas de compra do casarão, mas sempre recusou. Dizia que quando morresse, as meninas que fizessem como melhor lhes aprouvessem.
E não havia em Rio Garça e cercanias quem não conhecesse o senhor Jaime do Patrocínio e sua história com o capitão. Ele era tido como um grande exemplo de dedicação e lealdade.
Todos que passavam em frente cumprimentavam o velho, e às vezes ele resmungava uma resposta. Em outras oportunidades, bem mais desperto, respondia sorridente a todo mundo, enquanto lia o jornal, pois era alfabetizado, coisa de que tinha o maior orgulho, e era muito grato ao capitão. E nem usava óculos, apesar da idade avançada.
E no dia de sua morte, descobriram que não só sua visão era muito boa, como provavelmente também a audição. Mais ainda: seus longos cochilos eram bem enganadores.
Sua neta o encontrou morto na cadeira, quando veio trazer um café, por volta das três da tarde. No colo, sobre o jornal, um toco de lápis, e um pedaço de papel onde estava escrito: "Muita gente só continua viva porque o Joãozinho da Alva pagou o pato sozinho".
21/12/12
Autor: Paulo de Souza Xavier
O senhor Jaime do Patrocínio, um negro muito velho, de quem ninguém sabia a idade, gastava as horas de seus últimos dias na agradável ocupação de dormitar em uma cadeira de balanço, na varanda de um casarão antigo na praça São Miguel, bem no centro de Rio Garça.
O senhor Jaime recebeu a casa de herança do capitão Macário Peixoto Sena, um senhor paralítico, herói de guerra, que não tinha nenhum parente vivo. O senhor Jaime trabalhou para o capitão por toda a vida, primeiro como criado, e depois como cuidador.
Quando seu estado de saúde se agravou irremediavelmente, o capitão fez questão de deixar para o senhor Jaime, em testamento, o casarão e os recursos pecuniários que lhe restaram, após muitos anos de sofrimento.
O senhor Jaime, então, trouxe para morar com ele uma neta viúva, sem filhos, e uma bisneta órfã e meio leve da cabeça. As duas davam conta das tarefas da casa e cuidavam do senhor Jaime, cuja única enfermidade era a velhice.
Atualmente o velho Jaime cochilava quase o dia todo na mesma cadeira de balanço onde o capitão Macário tomava sol.
O velho recebeu muitas propostas de compra do casarão, mas sempre recusou. Dizia que quando morresse, as meninas que fizessem como melhor lhes aprouvessem.
E não havia em Rio Garça e cercanias quem não conhecesse o senhor Jaime do Patrocínio e sua história com o capitão. Ele era tido como um grande exemplo de dedicação e lealdade.
Todos que passavam em frente cumprimentavam o velho, e às vezes ele resmungava uma resposta. Em outras oportunidades, bem mais desperto, respondia sorridente a todo mundo, enquanto lia o jornal, pois era alfabetizado, coisa de que tinha o maior orgulho, e era muito grato ao capitão. E nem usava óculos, apesar da idade avançada.
E no dia de sua morte, descobriram que não só sua visão era muito boa, como provavelmente também a audição. Mais ainda: seus longos cochilos eram bem enganadores.
Sua neta o encontrou morto na cadeira, quando veio trazer um café, por volta das três da tarde. No colo, sobre o jornal, um toco de lápis, e um pedaço de papel onde estava escrito: "Muita gente só continua viva porque o Joãozinho da Alva pagou o pato sozinho".
21/12/12
Autor: Paulo de Souza Xavier
O canto dos sapos às margens do Rio Garça
17h30.
Valdemar estava sentado numa pedra à margem do rio há mais de quatro horas. Sua mente queimava, recordando tudo.
Há muito tempo que a Maria Helena vinha despertando suas suspeitas. Desde coisas mínimas, como um sorriso fora de hora, um olhar perdido no nada. Havia também os sumiços inexplicáveis, com desculpas mal costuradas na volta.
Mas Valdemar ia relevando. Desconfiava, mas relevava. Não queria desarmonia em casa.
VEz por outra, pedido de dinheiro para comprar uma coisinha. Valdemar nunca negava. Afinal, ela, moça viçosa, 22 anos, ele, 37; não havia razão para avareza. Valdemar, às vezes, se perguntava por que Maria Helena aceitara seu pedido de casamento. Bem mais velho, trabalhador braçal.
Mas ele sempre achava a compra demais para o dinheiro dado.
Certa feita, quando Valdemar tinha ido cortar umas escoras para a obra na padaria do velho Orestes, acabou voltando cedo, pois caíra chuvarada, e a encosta havia ficado muito escorregadia.
Chegando em casa, nada de Maria Helena. Voltou ao cair da tarde, ainda molhada de chuva, preparou o jantar e não quis conversa.
Alguns conhecidos começaram a fazer piadinhas. De leve. Valdemar optou por ignorar, taciturno como era. Tinha a gente por invejosa, sendo ele casado com moça bonita. Mas, dentro de seu peito, foi crescendo algo que apertava, ameaçando sufocá-lo.
Naquela tarde de sábado, Valdemar havia saído para colher sementes de capim para seus coleiros do brejo, e encontrou Maria Helena e o Joãozinho da Alva na cachoeira. Nus em pelo, e às gargalhadas.
Agora, Valdemar estava ali, ouvindo a sinfonia batraquiana dos sapos, e sem saber o que fazer da vida.
Mas, no fundo, ele sabia sim. Iria se entregar, embora isso não fosse apagar a imagem dos olhos esbugalhados de terror e surpresa, depois dos golpes de facão.
19/12/12
Autor: Paulo de Souza Xavier
Valdemar estava sentado numa pedra à margem do rio há mais de quatro horas. Sua mente queimava, recordando tudo.
Há muito tempo que a Maria Helena vinha despertando suas suspeitas. Desde coisas mínimas, como um sorriso fora de hora, um olhar perdido no nada. Havia também os sumiços inexplicáveis, com desculpas mal costuradas na volta.
Mas Valdemar ia relevando. Desconfiava, mas relevava. Não queria desarmonia em casa.
VEz por outra, pedido de dinheiro para comprar uma coisinha. Valdemar nunca negava. Afinal, ela, moça viçosa, 22 anos, ele, 37; não havia razão para avareza. Valdemar, às vezes, se perguntava por que Maria Helena aceitara seu pedido de casamento. Bem mais velho, trabalhador braçal.
Mas ele sempre achava a compra demais para o dinheiro dado.
Certa feita, quando Valdemar tinha ido cortar umas escoras para a obra na padaria do velho Orestes, acabou voltando cedo, pois caíra chuvarada, e a encosta havia ficado muito escorregadia.
Chegando em casa, nada de Maria Helena. Voltou ao cair da tarde, ainda molhada de chuva, preparou o jantar e não quis conversa.
Alguns conhecidos começaram a fazer piadinhas. De leve. Valdemar optou por ignorar, taciturno como era. Tinha a gente por invejosa, sendo ele casado com moça bonita. Mas, dentro de seu peito, foi crescendo algo que apertava, ameaçando sufocá-lo.
Naquela tarde de sábado, Valdemar havia saído para colher sementes de capim para seus coleiros do brejo, e encontrou Maria Helena e o Joãozinho da Alva na cachoeira. Nus em pelo, e às gargalhadas.
Agora, Valdemar estava ali, ouvindo a sinfonia batraquiana dos sapos, e sem saber o que fazer da vida.
Mas, no fundo, ele sabia sim. Iria se entregar, embora isso não fosse apagar a imagem dos olhos esbugalhados de terror e surpresa, depois dos golpes de facão.
19/12/12
Autor: Paulo de Souza Xavier
Mantendo o fio da memória
Obs.- Conto interligado. Para entender melhor, leia o imediatamente anterior
Desde o dia em que o Zé Lebre matou o Maninho com uma facada na virilha, durante uma pescaria, nunca mais se viu o Didi Cambeva pescando no Rio Garça.
Didi Cambeva e Maninho foram amigos de infância. Inseparáveis. Sempre juntos, no colégio e nas traquinagens. Se havia briga com um, era com os dois.
Durante a adolescência, ambos perderam as famílias e foram morar com os tios. Mas isso, longe de afastá-los, pareceu uni-los ainda mais.
Na juventude, chegaram a dividir um barraco na Vila Alta. Nenhum dos dois jamais se casou.
Já na maturidade, sempre juntos nas pescarias e nas cachaçadas. Num único dia em que não foram pescar juntos, o Maninho se desentendeu com o Zé Lebre por algum motivo besta, e acabou assassinado.
A partir daí só se via o Didi Cambeva sozinho, taciturno, bebericando a sua pinga pelos botecos. Não falava com ninguém. Não pescava mais, não se sabe do que vivia. As poucas vezes que foi visto perto do rio, estava com uma pedra de amolar, afiando a peixeira.
É possível que, deixando de pescar, tenha resolvido caçar. E nunca se sabe quando é preciso esfolar uma lebre.
2/11/12
Autor: Paulo de Souza Xavier
Desde o dia em que o Zé Lebre matou o Maninho com uma facada na virilha, durante uma pescaria, nunca mais se viu o Didi Cambeva pescando no Rio Garça.
Didi Cambeva e Maninho foram amigos de infância. Inseparáveis. Sempre juntos, no colégio e nas traquinagens. Se havia briga com um, era com os dois.
Durante a adolescência, ambos perderam as famílias e foram morar com os tios. Mas isso, longe de afastá-los, pareceu uni-los ainda mais.
Na juventude, chegaram a dividir um barraco na Vila Alta. Nenhum dos dois jamais se casou.
Já na maturidade, sempre juntos nas pescarias e nas cachaçadas. Num único dia em que não foram pescar juntos, o Maninho se desentendeu com o Zé Lebre por algum motivo besta, e acabou assassinado.
A partir daí só se via o Didi Cambeva sozinho, taciturno, bebericando a sua pinga pelos botecos. Não falava com ninguém. Não pescava mais, não se sabe do que vivia. As poucas vezes que foi visto perto do rio, estava com uma pedra de amolar, afiando a peixeira.
É possível que, deixando de pescar, tenha resolvido caçar. E nunca se sabe quando é preciso esfolar uma lebre.
2/11/12
Autor: Paulo de Souza Xavier
Foi por causa de um peixe
Foi a desgraça na curva do rio.
Zé Lebre esfaqueou o Maninho na virilha, com uma peixeira afiada que era o diabo.
No meio do pandemônio, a gritaria dos companheiros e os gritos de socorro do Maninho, Zé Lebre se jogou n´água rio abaixo, e sumiu. A polícia o pegou no dia seguinte, na casa de um primo, alguns quilômetros abaixo, no sítio do major Odilon.
Maninho morreu minutos depois da facada, que por ter sido naquela posição miserável, no início da coxa esquerda, não houve como estancar a hemorragia, por mais que o pessoal tentasse.
Quando perguntaram ao Armindo Boca Lisa, qual foi a causa do assassinato, ele respondeu: - Sei direito não, gente. Parece que foi por causa de um peixe.
17/9/12
Autor: Paulo de Souza Xavier
Zé Lebre esfaqueou o Maninho na virilha, com uma peixeira afiada que era o diabo.
No meio do pandemônio, a gritaria dos companheiros e os gritos de socorro do Maninho, Zé Lebre se jogou n´água rio abaixo, e sumiu. A polícia o pegou no dia seguinte, na casa de um primo, alguns quilômetros abaixo, no sítio do major Odilon.
Maninho morreu minutos depois da facada, que por ter sido naquela posição miserável, no início da coxa esquerda, não houve como estancar a hemorragia, por mais que o pessoal tentasse.
Quando perguntaram ao Armindo Boca Lisa, qual foi a causa do assassinato, ele respondeu: - Sei direito não, gente. Parece que foi por causa de um peixe.
17/9/12
Autor: Paulo de Souza Xavier
Uma fazenda na lembrança
Deixei a fazenda há muito tempo. Mais de 40 anos.
Lembro-me das tardes chuvosas de verão, quando junto com dois amigos, filhos de meeiros de meu tio, saíamos pelas trilhas que o gado faz nos pastos, lavando os pés nas mornas enxurradas, à procura de conchas de caramujos mortos. Encontrávamos algumas bem grandes, como conchas do mar, listradas de marrom e branco, branco e rosa, muito bonitas. Colocadas ao ouvido, podíamos ouvir o mesmo som marinho que se ouve nas conchas do mar. Mas como, se o bicho que habitava a concha, nunca vivera no mar? - Claro que hoje eu sei, que o som de ondas é apenas o sangue pulsando no interior de nossos ouvidos.
E a beleza dos olhos d´água? Quando a chuva persistia por vários dias, eles brotavam nos barrancos das estradas e à beira dos terreiros. As pequenas fontes temporárias eram uma sublime visão.
Lembro-me também das noites quentes e de luar, quando nos sentávamos no alpendre, contando lorotas sobre assombração e ouvindo o canto do bacurau.
Vagas lembranças da passagem das boiadas. Ainda posso ouvir os assovios e os berrantes dos peões. - É claro que "boiada" é um exagero. Apenas pouco mais de uma centena de cabeças. Boiada mesmo é lá por Mato Grosso. Aquidauana, em Ecolândia e outras paragens.
Um som que não sai de meus tímpanos é a batida do machado de meu pai, abrindo clareiras na mata, para o plantio de milho, feijão, abóbora...
Ainda estão bem vivos na memória o cantar do carro de bois, os latidos de meus cães e a voz de minha mãe ralhando conosco diariamente, pois moleques na roça são verdadeiros mini-capetas. Aprontam de tudo e mais um pouco.
Muitas outras recordações já vão se apagando. É muito tempo. Já se perdeu o sabor da broa de milho. Nem me lembro mais da cor dos olhos da Maria de Fátima.
Mas nada consegue arrancar de minha alma esse cheiro de fogão a lenha e dos biscoitos de polvilho de araruta.
12/12/12
Autor: Paulo de Souza Xavier
Lembro-me das tardes chuvosas de verão, quando junto com dois amigos, filhos de meeiros de meu tio, saíamos pelas trilhas que o gado faz nos pastos, lavando os pés nas mornas enxurradas, à procura de conchas de caramujos mortos. Encontrávamos algumas bem grandes, como conchas do mar, listradas de marrom e branco, branco e rosa, muito bonitas. Colocadas ao ouvido, podíamos ouvir o mesmo som marinho que se ouve nas conchas do mar. Mas como, se o bicho que habitava a concha, nunca vivera no mar? - Claro que hoje eu sei, que o som de ondas é apenas o sangue pulsando no interior de nossos ouvidos.
E a beleza dos olhos d´água? Quando a chuva persistia por vários dias, eles brotavam nos barrancos das estradas e à beira dos terreiros. As pequenas fontes temporárias eram uma sublime visão.
Lembro-me também das noites quentes e de luar, quando nos sentávamos no alpendre, contando lorotas sobre assombração e ouvindo o canto do bacurau.
Vagas lembranças da passagem das boiadas. Ainda posso ouvir os assovios e os berrantes dos peões. - É claro que "boiada" é um exagero. Apenas pouco mais de uma centena de cabeças. Boiada mesmo é lá por Mato Grosso. Aquidauana, em Ecolândia e outras paragens.
Um som que não sai de meus tímpanos é a batida do machado de meu pai, abrindo clareiras na mata, para o plantio de milho, feijão, abóbora...
Ainda estão bem vivos na memória o cantar do carro de bois, os latidos de meus cães e a voz de minha mãe ralhando conosco diariamente, pois moleques na roça são verdadeiros mini-capetas. Aprontam de tudo e mais um pouco.
Muitas outras recordações já vão se apagando. É muito tempo. Já se perdeu o sabor da broa de milho. Nem me lembro mais da cor dos olhos da Maria de Fátima.
Mas nada consegue arrancar de minha alma esse cheiro de fogão a lenha e dos biscoitos de polvilho de araruta.
12/12/12
Autor: Paulo de Souza Xavier
Uma medida de sangue romano
Esse meu fascínio por tempestades e ventania, por noites enluaradas e tardes chuvosas; esse meu olhar sombrio (uma garota na fazenda disse que meus olhos parecem duas cacimbas de águas turvas - quanta poesia!), meus longos silêncios sem motivo específico, esse resquício de ódio entre meus dentes, meu tédio sólido em relação a essa sociedade fútil, meu total desinteresse por tantas coisas; tudo isso chegou até mim através do sangue obscuro de meu pai, herança de meus antepassados Cataguases, nação extinta nos primórdios lamentáveis deste país.
Mas também sou dado a raras explosões de fúria ou de alegria, às vezes agressivo nas palavras, falo pelos cotovelos, sou cínico, irônico, bem-humorado e irreverente. É a herança italiana de minha mãe, a medida de sangue romana que aquece meu coração.
24/9/12.
Autor: Paulo de Souza Xavier
Mas também sou dado a raras explosões de fúria ou de alegria, às vezes agressivo nas palavras, falo pelos cotovelos, sou cínico, irônico, bem-humorado e irreverente. É a herança italiana de minha mãe, a medida de sangue romana que aquece meu coração.
24/9/12.
Autor: Paulo de Souza Xavier
Parasitas no Legislativo
Como eu já disse, o recadastramento eleitoral e a instalação da biometria vão promover uma bela faxina nas eleições. Tem político que vai perder a maior parte de seus eleitores.
Aqui em Bom jesus do Norte, por exemplo, existe sujeito que coleciona mandatos, jamais apresentou um projeto decente para o bem do município, não defende o servidor público (é tudo papo furado), e não faz nada pela população em geral. E como consegue tantos mandatos? Fácil. Além dos patetas que ainda acreditam em promessas de políticos, existem os eleitores corruptos (sim, ou vocês acham que só político é corrupto? Eleitor que vende seu voto também é).
E assim, esses macróbios causam uma verdadeira doença crônica no Legislativo local. Vamos ver se agora a gente usa um bom vermífugo, o voto limpo e consciente, para nos livrarmos deles.
Autor: paulo de Souza Xavier
Aqui em Bom jesus do Norte, por exemplo, existe sujeito que coleciona mandatos, jamais apresentou um projeto decente para o bem do município, não defende o servidor público (é tudo papo furado), e não faz nada pela população em geral. E como consegue tantos mandatos? Fácil. Além dos patetas que ainda acreditam em promessas de políticos, existem os eleitores corruptos (sim, ou vocês acham que só político é corrupto? Eleitor que vende seu voto também é).
E assim, esses macróbios causam uma verdadeira doença crônica no Legislativo local. Vamos ver se agora a gente usa um bom vermífugo, o voto limpo e consciente, para nos livrarmos deles.
Autor: paulo de Souza Xavier
Benefício eleitoreiro?
Tem vereador em Bom Jesus do Norte/ES, claramente partidário do prefeito, que já afirmou, em sessão, ser o tíquete alimentação um benefício eleitoreiro. E eu pergunto: qual obra ou benefício, neste país, não é eleitoreiro?
Só que, as críticas só recaem sobre o que beneficia o trabalhador. O que enche o rabo dos políticos e outros ricaços, não é criticado.
Autor: Paulo de Souza Xavier
Só que, as críticas só recaem sobre o que beneficia o trabalhador. O que enche o rabo dos políticos e outros ricaços, não é criticado.
Autor: Paulo de Souza Xavier
Obras
* Prestem atenção: se vocês querem ver prefeito trabalhar, basta que surja algum empreendimento de algum capitalista. Aí, meus caros, saem redes pluviais, calçamentos de ruas, outras obras de infraestrutura, e o diabo a quatro.
Mas, os direitos dos servidores, só na Justiça.
Autor: Paulo de Souza Xavier
Mas, os direitos dos servidores, só na Justiça.
Autor: Paulo de Souza Xavier
Flores e fuzis
Um dia desses, um dos meus preciosos leitores comentou comigo que não entendia como sou capaz de fazer belos poemas, e ao mesmo tempo pegar tão pesado como colunista. Aí me lembrei que uma grande acadêmica, que recentemente me elogiou muito como poeta, também ressaltou que existem dois paulos: o poeta e o colunista. E é verdade. Mas, por outro lado, vale lembrar que muitos de meus poemas também não são peras doces.
Na realidade, nesse mundo em que vivemos, muitas vezes o poeta é obrigado a ser também guerrilheiro. A portar rosas e armas. É uma pena, mas é necessário.
PS.: É como o nome daquela grande banda de rock: "Armas e rosas".
- Dois exemplos de poemas amargos:
Autor: Paulo de Souza Xavier
Na realidade, nesse mundo em que vivemos, muitas vezes o poeta é obrigado a ser também guerrilheiro. A portar rosas e armas. É uma pena, mas é necessário.
PS.: É como o nome daquela grande banda de rock: "Armas e rosas".
- Dois exemplos de poemas amargos:
SALVE 2013!
brinquedo de criança
hoje é fuzil
levamos a vida
em guerra civil
guerra não declarada
não se sabe
quem combate
qual objetivo
não se sabe nada
a guerra é cega
e disseminada
entre todo tipo
de gente
vivemos em guerra civil
- pra frente,
Brasil!
29/12/12
NATIMORTO
promessa
de vida
frustrada
não concretizada
sonho
extinto
talvez no último
minuto
nem pôde chorar
luz de um futuro
que jamais irá brilhar
25/7/13
A profecia
Um dia desses, este colunista estava em frente à TV, enchendo a caveira, porque ninguém é de ferro, quando surgiu a releitura de uma matéria sobre o Governo Federal ter iniciado a veiculação de uma campanha chamada "Sou feliz sendo prostituta", que felizmente, graças ao clamor popular, foi cancelada. E falaram também sobre a possível criação de uma "bolsa-cárcere", no valor de mais de R$ 1,3 mil.
Pensei: bem, agora, até mesmo por uma questão de justiça, o governo precisa criar o "vale-bofe", o "vale-motel" e o "vale-quenga". Os direitos são iguais, não são?
Então, os vapores alcoólicos clarearam minha memória: num certo dia de 1989, eu, que militava pelo PT, estava caminhando pela Rua Buarque de Nazaré, em Bom Jesus/RJ, usando a camisa do partido, quando uma senhora, num carro com placa de Niterói/RJ, olhou-me e disse: fique tranquilo, meu filho. O Lula ainda vai ser presidente, e o PT vai destruir o Brasil.
- Ô, boca maldita!
Autor: Paulo de Souza Xavier
Pensei: bem, agora, até mesmo por uma questão de justiça, o governo precisa criar o "vale-bofe", o "vale-motel" e o "vale-quenga". Os direitos são iguais, não são?
Então, os vapores alcoólicos clarearam minha memória: num certo dia de 1989, eu, que militava pelo PT, estava caminhando pela Rua Buarque de Nazaré, em Bom Jesus/RJ, usando a camisa do partido, quando uma senhora, num carro com placa de Niterói/RJ, olhou-me e disse: fique tranquilo, meu filho. O Lula ainda vai ser presidente, e o PT vai destruir o Brasil.
- Ô, boca maldita!
Autor: Paulo de Souza Xavier
Em Saramandaia, e em Bom Jesus do Norte/ES, pode
Senhores proprietários de concessionárias de carros usados: venham para Bom Jesus do Norte! Aqui não precisa possuir pátio de exposição para os autos. Podem usar as ruas mesmo, como já acontece na Av. Cristiano Dias Lopes.
E como os direitos são iguais, senhores proprietários de bares e botecos, parem de obstruir as calçadas com suas mesas e cadeiras. Permitam que os pedestres trafeguem em paz. Usem as ruas. E os comerciantes de hortifrutigrangeiros, que já ocupam irregularmente as calçadas, colaborem com seus fregueses. Podem usar as ruas.
No fim das contas, em Bom Jesus do Norte, só os pedestres não têm direitos. Na Av. Cristiano Dias Lopes, por exemplo, temos de tudo sobre as calçadas: motos, carros de passeio, caminhonetes, caminhões, material de construção, entulho, montes de lixo, tudo quanto é desgraça.
E eu pergunto: temos prefeitura e Polícia Militar sustentados com os nossos impostos, pra quê? Só para pesar nos nossos bolsos? Por favor, esse excesso de omissão já está ficando ridículo.
PS.: No dia 8/7/13, às 17h, este que vos escreve, trafegando no sentido Belvedere x Centro, pela Av. Cristiano Dias Lopes, contou 17 veículos estacionados completamente sobre o calçadão da avenida. Caminhonetes, caminhões, carros de passeio e motos. E aí?
Autor: Paulo de Souza Xavier
E como os direitos são iguais, senhores proprietários de bares e botecos, parem de obstruir as calçadas com suas mesas e cadeiras. Permitam que os pedestres trafeguem em paz. Usem as ruas. E os comerciantes de hortifrutigrangeiros, que já ocupam irregularmente as calçadas, colaborem com seus fregueses. Podem usar as ruas.
No fim das contas, em Bom Jesus do Norte, só os pedestres não têm direitos. Na Av. Cristiano Dias Lopes, por exemplo, temos de tudo sobre as calçadas: motos, carros de passeio, caminhonetes, caminhões, material de construção, entulho, montes de lixo, tudo quanto é desgraça.
E eu pergunto: temos prefeitura e Polícia Militar sustentados com os nossos impostos, pra quê? Só para pesar nos nossos bolsos? Por favor, esse excesso de omissão já está ficando ridículo.
PS.: No dia 8/7/13, às 17h, este que vos escreve, trafegando no sentido Belvedere x Centro, pela Av. Cristiano Dias Lopes, contou 17 veículos estacionados completamente sobre o calçadão da avenida. Caminhonetes, caminhões, carros de passeio e motos. E aí?
Autor: Paulo de Souza Xavier
Manifestações
* Que me desculpe a Banda Engenheiros do Havaí, mas como comprovam as recentes manifestações por este país, o PT acaba de descobrir que a juventude não é mais apenas "uma banda numa propaganda de refrigerantes".
* O Brasil atualmente é o país das copas. Pena que a maioria dos brasileiros ainda trabalhe nas cozinha, e tenha de entrar pela porta dos fundos.
* É, gente, manifestação é igual a queda de imunidade: aparece todo tipo de bactéria oportunista.
* Pastor Feliciano, para você ser realmente feliz, vou lhe dar uma sugestão extremamente sensata: em vez de pastorear, ou deputar, meu caro, vá pastar. Combina muito mais com a sua estupidez bovina.
* Vamos lá! Vamos chutar os cães gordos dos palácios e cuidar dos cães abandonados nas ruas.
* E vamos aprender uma coisa: como diz o Faustão, da Rede Globo, urna não é penico. Devemos ter muito cuidado com o que colocamos lá dentro.
Autor: Paulo de Souza Xavier
* O Brasil atualmente é o país das copas. Pena que a maioria dos brasileiros ainda trabalhe nas cozinha, e tenha de entrar pela porta dos fundos.
* É, gente, manifestação é igual a queda de imunidade: aparece todo tipo de bactéria oportunista.
* Pastor Feliciano, para você ser realmente feliz, vou lhe dar uma sugestão extremamente sensata: em vez de pastorear, ou deputar, meu caro, vá pastar. Combina muito mais com a sua estupidez bovina.
* Vamos lá! Vamos chutar os cães gordos dos palácios e cuidar dos cães abandonados nas ruas.
* E vamos aprender uma coisa: como diz o Faustão, da Rede Globo, urna não é penico. Devemos ter muito cuidado com o que colocamos lá dentro.
Autor: Paulo de Souza Xavier
Chutes na canela
* Político não pertence à associação.
Pertence à assuciação.
* Político é igual a bezerrinho. Está sempre
pendurado numa teta.
* Político, em época de eleições, dá
tapinhas nas suas costas para aquecer a mão. Depois de eleito, ele vai enfiá-la
no seu bolso.
* Políticos adoram ternos. A máfia também.
* Político faz muitas promessas. Quem quer
te f... também.
* Político não caminha. Se esgueira.
* Político pode ser o seu melhor amigo. Geralmente,
quem te mete chifres também é.
* Cobra esperta não pica políticos.
* Político é um ser humano normal. Tem mãe.
Juiz de futebol também.
* Todos os políticos deveriam ser
acionistas de fábricas de papel higiênico.
* Todo político precisa ter muito senso de
humor. O eleitor também.
* Se um dia acontecer o fim do mundo,
haverá dedo de político no meio.
* Existem muitas coisas boas e
desinteressadas feitas por políticos. Existem também gnomos, fadas,
chupa-cabra, saci...
* Políticos em churrascos são adoráveis. Desde
que estejam na grelha.
* Nenhum obstáculo detém o político. Ele é
perito em desviar.
* Qualquer um pode ser político. Afinal,
qualquer um pode mentir.
* Todo político é uma criança grande. Está
sempre mamando.
* Político é muito sincero. Quando está
rindo da gente.
* Político fornece muito assunto para
jornalistas e humoristas. Só que cachê de político é brabo. As verbas públicas
que o digam.
* Elogio de político desqualifica o
elogiado.
* Certos políticos corrompem até o chão
onde pisam.
* Dizem que o ser humano é um ser
político. Bem, isso explica porque fazemos tantas cagadas.
* Se você encontrar um político confiável,
é bom checar o GPS. Você deve estar no país errado.
* Quando um político começa a justificar alguma
patifaria, tenho a nítida sensação de estar na beira de uma fossa. Sem tampa.
* Se fosse possível reciclar o lixo
político, os catadores ficariam milionários.
* Políticos são como bebês. Estão sempre
mamando e fazendo suas cagadas.
* Será coincidência que com a inicial de
político também se escreva praga, pilantra, propina, patifaria e outras
coisinhas bonitas? – e ainda por cima, meu pai tinha que me dar esse nome.
Autor: Paulo de Souza Xavier
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