segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Bicho nocivo e sem-vergonha

Eu sou apaixonado por animais. E não é por modismo ou por pertencer a um desses grupos naturebas, cujos componentes geralmente são um bando de Alices. 
Tenho tanta empatia com esses nossos companheiros de sofrimento neste mundo, que mesmo sendo necessário matar alguns, por questões famélicas ou de legítima defesa, muitas vezes eu encurralei ratos, e quando olhei naqueles belos olhos (ratos têm olhos bonitos, podem crer) desesperados me encarando, deixei os coitados irem embora.
O único animal que geralmente me desperta antipatia é a minha própria espécie. Por isso, vez ou outra lanço olhares sinistros ao espelho. 
Mas existe um bicho (bicho fêmea, é bom esclarecer, embora não pareça), um tipo de saparrã que habita o Planalto Central, que é particularmente detestável. Tem a cabeça de martelo, uns zoiões esbugalhados e a cara imensa, mas apesar do tamanho, nela não há um pingo de vergonha. O bicho mente, mente e mente, com a maior desfaçatez.
Agora vem pra televisão (de branquinho, vejam só!) falar que vamos seguir por novos caminhos (não quero nem saber quais), que vamos vencer as dificuldades, que o país vai melhorar. Aquela merda requentada de sempre. Dá nojo. Do bicho e da hipocrisia.
PS.: Nojo: segundo especialistas, o homem é o único bicho capaz de ter este sentimento.

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