sábado, 26 de outubro de 2013

Algumas das frases que mais tenho ouvido na vida

* Eu esqueci.

* Passe mais tarde.

* Não foi culpa minha.

* Vamos deixar para a próxima.

* Olha, se não houver nenhum imprevisto...

* Desculpe, ando todo enrolado.

* Me procure sexta à tarde.

* Você deixou comigo?

* Mas é sobre o quê mesmo?

* Quem disse uma coisa dessa?

* Ihh, rapaz...!

* Pô cara, foi mal!

* Saúde e educação serão prioridades em nosso governo.

* Olhe, está praticamente certo.

* Não é bem assim.

A cota que te pariu

Por: Paulinho Natividade

Cota, o que é?
Parte legitimada de direito?
Ou legítima esmola
de políticos corruptos?
Talvez, os três mosqueteiros
possam legitimar a proeza.
Já que, quem os criou, é negro.
Machado de Assis, 
poetas, loucos, 
seres humanos...
que na pele da cor,
nesse progresso sem ordem,
respondem com obras...
é a cota que te pariu.

Prefeito Ubaldo Martins sofre derrota em Vitória

O prefeito Ubaldo Martins, de Bom Jesus do Norte/ES, que havia entrado na Justiça contra a Lei Municipal que manda pagar o tíquete alimentação ao servidor, alegando ser a lei ilegal, teve sua petição rejeitada pelos desembargadores, em Vitória/ES.

Agora, não sabemos se o prefeito poderá recorrer ao Supremo (o que eu acho que seria ridículo), mas o pagamento ainda depende da Justiça local.

Está de parabéns o Sindserv pela vitória.

Autor: Paulo de Souza Xavier

Os ressentimentos não são lavados pela chuva

Tobias Macário chorava lágrimas escaldantes, que desciam pelo seu rosto de menino, misturadas aos pingos de chuva. Estava escondido entre as bananeiras, nos fundos da casa de um pequeno sítio, distante uns 16 quilômetros de Rio Garça. Era uma tardinha de 1950.

Não era a primeira vez que Tobias teria que dormir no mato. Desde que sua mãe viúva se amigara pela segunda vez, seu calvário tinha começado. 

Tobias havia nascido da união de sua mãe, uma ruiva sardenta de origem irlandesa, com o negro Macário dos Anjos. Sua mãe teve que fugir e se amigar, pois os pais dela não permitiram o casamento de jeito nenhum. E o casal viveu feliz, até que Macário morreu da picada de uma Surucucu. Deixou Tobias com seis anos, e a mãe na maior dificuldade, já que sua família preconceituosa não queria sequer vê-la. Muito menos queriam saber de Tobias, mulatinho café com leite.

Diante da penúria, Loriane - esse era o nome da mãe - aceitou o assédio de Cesário Balduíno, também ruivo, grosseiro, beberrão e mau. Foi aí que o inferno se estabeleceu na vida de Tobias. Espancado por qualquer motivo ou por nada, tinha que fugir e se enfurnar no mato. A mãe, se tentava defendê-lo, ficava com o resto da fúria de Cesário.

Essa situação permaneceu por um bom tempo, até que uma senhora, Matilde Vargas, também viúva, e dona de um sítio vizinho, sabedora da situação, e conhecendo bem a peste que era Cesário Balduíno, pediu a Loriane que deixasse o garoto com ela. Prometeu cuidar bem dele e colocá-lo para estudar. 

Loriane ficou feliz com a proposta. Cesário não fez a menor objeção. Tobias, muito menos.

O tempo passou. 

Tobias, bonito e inteligente, havia conquistado o amor maternal de dona Matilde. Estudou, até concluir o curso ginasial, o que para um mulatinho, naquela época, era uma grande coisa.

Quando contava 18 anos, soube da morte da mãe. Não foi ao enterro. Sempre soubera como Cesário havia continuado a maltratá-la, e não quis se encontrar com ele. Visitou o túmulo depois.

Não quis reivindicar o pequeno sítio de seu pai. Deixou Cesário lá.

Aos 25 anos, perdeu sua segunda mãe, que não tendo herdeiros, deixou o sítio para ele.

Aos 27, Tobias ainda não havia se interessado por casamento, mas gostava de caçar, como o pai.

Cesário Balduíno, após a morte da mãe de Tobias, havia arranjado logo outra companheira, com quem tinha um filho de cinco anos, e dizia-se que gostava muito de bater no garoto.

Certo dia, por volta das 4 da tarde, Cesário seguia a cavalo, quando avistou Tobias perto da estradinha. O mulato estava numa cachoeira do regato que ficava no limite das duas propriedades, limpando uma lebre.

Cesário se aproximou, desmontou, e olhando a pele do coelho, que estava sobre uma laje, exclamou: - mulatinho burro! Estragou o corto.

Tobias continuou limpando o coelho. 

Cesário tornou a rosnar: - você já está barbado velho. Precisa começar a fazer as coisas direito.

E dizendo isso, deu com o rebenque nas costas de Tobias. O mulato apenas contraiu os músculos, e respondeu com a voz mais tranquila deste mundo: - sabe que o senhor tem razão?

E dizendo isso, Tobias virou-se de repente e cravou a faca de caça na garganta de Cesário Balduíno.

Autor: Paulo de Souza Xavier - Bom Jesus do Norte, 24/1/2013

Olegário dos Prazeres e a mão do negro

Tutuca Balbino, rapazola de 14 anos, caminhava por uma estradinha de terra no sítio do Manoel Mutum, com uma arapuca na mão, à caça de juritis. Ia assoviando despreocupado, quando desviou o olhar para a base do barranco, à direita, e sua espinha gelou. Perto de um tronco caído, sendo comida por formigas vermelhas, uma mão humana. 

Embora estivesse se cagando de medo, Tutuca teve a frieza e a presença de espírito de cobrir a coisa com a arapuca, e depois procurou uma pedra; e ao encontrar uma de uns 4 quilos, colocou sobre a arapuca. Feito isso, disparou como se perseguido por todos os diabos em direção à sede do sítio. Chegou lá chamando o Manoel Mutum aos berros.

Mais tarde, Manoel explicava ao detetive Olegário dos Prazeres que não tinha a menor ideia de como aquilo poderia ter ido parar ali na sua propriedade.

O que se ficou sabendo de início, é que se tratava da mão esquerda de um homem negro, e casado. Havia uma aliança de ouro no dedo anular.

Demais detalhes, havia sangue respingado no tronco caído, perto do qual a mão tinha sido encontrada. Mais abaixo, no pasto, um bornal rasgado, sem a alça, com restos de penas de pássaros. 

A mão não estava ali há muitos dias, pois se encontrava em razoável estado de conservação, apesar de bem roída pelas formigas no local do corte, e já estivesse fedendo bastante. 

Devidamente ensacolado, o objeto sinistro foi levado para a delegacia, e imediatamente enviado à perícia.

Mais tarde, quando Olegário dos Prazeres relia os depoimentos, chegou o detetive Lino Frotta, um novato, com novidades.

Na aliança encontrada, como de costume, estava gravado o nome da esposa: Maria Santa da Silva Paixão.

Olegário se levantou no ato e mandou chamar os praças Carmona e Oliveto. Ordenou que pegassem o jipe, pois os três iriam sair em diligência. 

Maria Santa era esposa de Altamiro da Paixão de Cristo, que possuía modestos dois alqueires de terra, 10 quilômetros rio acima. Vivia da agricultura de subsistência e caçava frequentemente.

Havia chovido bastante alguns dias antes, e a estradinha de terra estava um lamaçal só. Mas, como costumava dizer Olegário, o jipe era o jegue dos automóveis, e chegava a qualquer lugar.

Ao chegarem no pequeno sítio, depois de superarem uma meia dúzia de atoleiros, foram recebidos por Maria Santa e uns 10 vira-latas. Perguntaram por Altamiro, e a mulher os conduziu ao interior da casinha simples, onde na sala estava sentado num banco de bambu trançado, Altamiro da Paixão de Cristo.

O negro franzino tinha o braço esquerdo enfaixado, apoiado numa tipoia. Faltava a mão, amputada acima do pulso.

O detetive esclareceu a Altamiro que provavelmente havia encontrado sua mão. Perguntou em que tipo de encrenca o caçador tinha se metido. 

E Altamiro contou: dois dias antes, voltava de uma caçada na Serra Alegre, em que só conseguira abater dois inhambus, que trazia no bornal. Quando passava pelo sítio do Manoel Mutum, resolveu cutucar um buraco de tatu no barranco da estrada. Foi uma atitude idiota, para um caçador experimentado como ele. E não deu outra, foi picado na mão por uma Urutu Cruzeiro, que tinha se apropriado do buraco.

Apavorado, sabendo ser mortal a picada da cobra, deitou fora o bornal com os inhambus, após arrancar a cordinha da alça. Em seguida, puxou o facão afiadíssimo, e usando o tronco caído como cepo, amputou a mão. Amarrou a corda no braço, o mais apertado que pôde. Achava que só não desmaiara pelo agito do sangue. 

Feito isso, saltou sobre o cavalo, e sem pensar, tocou para casa a galope.

Chegando lá, meio grogue, foi socorrido pela esposa, que o fez engolir boa talagada de cachaça. A seguir, como se possuído por um espírito indomável, cauterizou o ferimento, metendo o toco do braço nas chamas do fogão a lenha. Só aí ele desmaiou.

Olegário e os soldados ouviram a história em silêncio, de olhos fixos em Altamiro. Ao final, o detetive comentou que coragem o negro tinha de sobra. Não queria nem pensar se Altamiro resolvesse decapitar alguém. 

O detetive então pediu aos praças para ajudarem Altamiro a embarcar no jipe. Ele estava sendo tratado com remédios caseiros, e se queixava de dor e um pouco de febre. Devia ir para o hospital.

Ao saírem, Maria Santa perguntou a Olegário se poderiam pegar de volta a mão e a aliança. Ele esboçou um sorriso, e disse que depois de tudo esclarecido, não via por que não.

Quando embarcavam no jipe, o praça Carmona disse a Altamiro: - parece que o bicho que encontrou os seus inhambus tinha bom-gosto, e resolveu deixar sua mão por lá.

Altamiro da Paixão de Cristo não possuía só coragem e sangue frio. Tinha senso de humor também, e apesar da dor, soltou uma sonora gargalhada. 

Seguindo em direção a Rio Garça, Olegário dos Prazeres ia matutando: - puta merda! Quando a gente pensa que já viu de tudo nessa vida!...

Autor: Paulo de Souza Xavier - Bom Jesus do Norte, 6/1/2013 

Da série "Surreal"





Da série "No faces"



Da série "Noites insones"








Da série "Nova visão"



Da série "Caricaturas"






Da série "Tardes de domingo"

Bule

Bule II

Mesa de Bar II

Curral nos Pampas

Arte Indígena

Canteiro

Da série "Elas por Ela"






















Bueiros "fumantes"

Essa é de morte: no início da Av. Cristiano Dias Lopes, em Bom Jesus/ES, as grades dos bueiros estão exalando um tipo de fumaça. 

Se já não bastassem esgoto a céu aberto, fumaceira infernal de fábrica, bafo de "pinicão" e outros odores "saudáveis", agora temos de aturar vapores químicos oriundos de bueiros fumegantes. 

E até onde sei, galeria pluvial é feita para recolher a água das enxurradas, e não para ser usada como esgoto.

O secretário de Meio Ambiente, assim como a Saúde Pública da cidade, precisam descobrir qual é a porcaria que está sendo despejada na rede pluvial, assim como o nome do responsável, para que possam ser tomadas as providências cabíveis.

Mas, será que alguém vai agir? Duvido.

Autor: Paulo de Souza Xavier

Coisinhas curiosas

Inutilidades

Existem duas coisas que não servem mesmo para nada, nem para adubo: titica de cachorro e palavra de político. 

Último recurso para Bom Jesus/RJ

Penso que, do jeito que as coisas vão, só resta uma saída para Bom Jesus do Itabapoana: voltar a ser distrito de Itaperuna/RJ.

Autor: Paulo de Souza Xavier

Educação no trânsito

No último dia 15/10, às 15h42, enquanto eu caminhava pela Av. Cristiano Dias Lopes, em Bom Jesus do Norte/ES, passou um babaca guiando uma Hilux prata, e arremessou uma lata de Red Bull, ainda com algum líquido, bem no meio da pista. O líquido espirrou e molhou minha calça. 

Interessante: no Brasil, parece que quanto mais cresce o poder econômico do sujeito, mais baixa seu nível de educação. 

Autor: Paulo de Souza Xavier

Coisas da terrinha podre

Preso está o Amarildo

Tem causado o maior falatório o caso do pedreiro Amarildo, torturado e morto por um bando de bandidos fardados, no Rio de Janeiro. Tem até um comandante PM no meio.

Agora, os canalhas foram presos. Será que serão condenados, e ficarão presos mesmo? Você acredita? Nem eu.


Preso está o Amarildo.



Fiscais FDP

Causou bastante barulho também o caso dos fiscais corruptos da prefeitura do Rio. Grande coisa. Fiscal achacador, que vive como um parasita, sugando o sangue de quem trabalha, é alguma novidade? 


Transporte VIP para o crime

E os policiais no Rio, masculinos e femininos, a serviço do tráfico? Transportando drogas para os traficantes, em viaturas e motos. É mole, ou quer amaciante?

Ta tudo podre

A verdade é que este país está mais podre do que aquele casarão do Zico Rosado, em Saramandaia. 

Seja Legislativo, Executivo, Judiciário, Polícia, ou que diabo for, fede mais do que aqueles valões de Caxias/RJ. 

E "nosotros" aqui, toc, toc, toc.


Autor: Paulo de Souza Xavier