sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Flores e fuzis

Um dia desses, um dos meus preciosos leitores comentou comigo que não entendia como sou capaz de fazer belos poemas, e ao mesmo tempo pegar tão pesado como colunista. Aí me lembrei que uma grande acadêmica, que recentemente me elogiou muito como poeta, também ressaltou que existem dois paulos: o poeta e o colunista. E é verdade. Mas, por outro lado, vale lembrar que muitos de meus poemas também não são peras doces.

Na realidade, nesse mundo em que vivemos, muitas vezes o poeta é obrigado a ser também guerrilheiro. A portar rosas e armas. É uma pena, mas é necessário. 

PS.: É como o nome daquela grande banda de rock: "Armas e rosas".

- Dois exemplos de poemas amargos:

SALVE 2013!

brinquedo de criança
hoje é fuzil
levamos a vida
em guerra civil
guerra não declarada
não se sabe
quem combate
qual objetivo
não se sabe nada
a guerra é cega
e disseminada
entre todo tipo
de gente
vivemos em guerra civil
- pra frente, 
Brasil!

                                                29/12/12

NATIMORTO

promessa
de vida
frustrada
não concretizada
sonho
extinto
talvez no último
minuto
nem pôde chorar
luz de um futuro
que jamais irá brilhar

                                         25/7/13


Autor: Paulo de Souza Xavier

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