sobreviventes
mentes
em preto
e branco
corações dormentes
num mundo
louco
injusto
sobreviventes
meu povo
roto
torto
quase morto
no paraíso
tropical
nos cafundós do mato
nos cafundós do asfalto
corações cheios de mal
de chagas
de mágoas
sobreviventes
nem sempre decentes
às vezes dementes
quase sempre doentes
nesse país de cegueira
de asneira
que nem é de brincadeira
é de sacanagem
à margem
do futuro
e do presente
jogando duro
jogando sujo
com sua própria gente
sobrevivente
Autor: Paulo de Souza Xavier - Barra do Pirapetinga, Bom Jesus-RJ, 7/6/1994
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