Os sanhaçus e bem-te-vis fazendo algazarra sobre minha cabeça, nos galhos do pé de biribá.
O assovio do vento no bambuzal e o pio das saracuras na várzea coberta de cachos de arroz dourados.
O latido de meus cães caçando preás no brejo.
O gemido profundo da juriti na pedreira da mata.
O perfume da florada das laranjeiras e o mugido preguiçoso das vacas.
O cheiro do alho tostado vindo da casa branca, quando minha mãe temperava o feijão. E sua voz, chamando para o almoço.
As batidas do machado, de meu pai lenhador.
Tudo e todos se foram. Só permanece o silêncio de meu pai, como sempre.
Autor: Paulo de Souza Xavier - Bom Jesus do Norte-ES, 16-9-2012
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