Comecei a fumar aos 13 anos. E continuei sendo estúpido por mais 26.
Claro que devo culpar alguém ou a alguma coisa. Afinal, a culpa é sempre dos outros.
É certo que meu pai sempre me deu forças. Em matéria de fazer besteira, ele sempre me apoiou muito. Mas, muito tempo depois, eu descobri seu real motivo para me incentivar ao tabagismo: ele queria voltar a fumar, coisa que tinha deixado de fazer antes de se casar. Futuros maridos prometem tudo. Depois...
E fumou por 26 anos, como eu. Quando parei, parou também. Sei que ele nunca me perdoou.
Hoje, tenho consciência de que a culpa é só minha. As tentações estão aí, sempre. Você cai se quiser. Culpar os outros é covardia.
Sei, por exemplo, que sou culpado por não ter sido um filho melhor para minha mãe, por não ter sido mais duro com meu pai, entre outras coisas.
Mas, na verdade, quero mesmo é que todas as culpas vão para o inferno, no qual eu nem acredito.
Autor: Paulo de Souza Xavier - Bom Jesus do Norte-ES, 16-9-2012
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