sábado, 21 de setembro de 2013

Um sol na mão esquerda

Acordei cedo e comecei a faxina: lavei todas as roupas, queimei todas as nossas fotos, joguei fora nossos CDs, usei aerossóis de pinho para apagar o seu cheiro de jasmim da memória.

Saí de casa e fui apagando nossos passos pelas ruas e os reflexos de nossos olhares nas vitrines e nos para-brisas dos carros. 

Apaguei todos os nossos sonhos e projetos, todas as lembranças. Aquelas mais renitentes, joguei no incêndio do crepúsculo. 

Só restou a tatuagem. O sol que você me convenceu a tatuar na mão esquerda.

Autor: Paulo de Souza Xavier
Bom Jesus do Norte, 24/09/2012.

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