Parado na velha estação de trem, eu estava à espera de alguém, que eu já tinha a certeza, não veria mais.
Passei os olhos em volta, e de repente, meu olhar a encontrou. Na parede da estação, já corroída pelo tempo, rachada e com falhas no reboco, esquecida na fresta entre os tijolos, uma conta de vidro.
Maravilhosa visão, sob o sol do meio-dia, o prisma multicor.
Tudo parou, como se o fluxo do tempo tivesse sido interrompido, suspenso.
Deixei de sentir o sol, o vento, a minha impaciência. Não ouvia nenhum som.
E meu olhar ficou lá, aprisionado na conta de vidro, esquecida na fresta da parede.
Autor: Paulo de Souza Xavier
Bom Jesus do Norte, 25/09/2012.
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