sábado, 21 de setembro de 2013

E ela continuou rindo

Torquato Santiago remoía os pensamentos. 

Eu disse à minha irmã que não se deve rir de certas coisas.

Mas não adiantou. Ela continuou rindo. 

É certo que ela sempre gostou desses sujeitos machões, lutadores de Jiu Jitsu, esse tipo de caras. Mas não tinha o direito de rir de mim, só porque eu sou diferente.

E ela ria sem parar. Depois parava, ficava me olhando, e ria mais e mais. 

Todo aquele deboche só por causa de um beijo que eu dava no Fabrício, quando ela chegou de surpresa do colégio.

Eu pedi para ela parar de rir, mas ela não quis me ouvir.

Agora eu estou aqui, preso nesta camisa de lona, olhando para estas paredes acolchoadas, e me lembrando: ela não parou de rir, mesmo depois de eu ter esmagado sua cabeça com cinzeiro de granito.

Autor: Paulo de Souza Xavier
Bom Jesus do Norte, 25/09/2012.

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