Ele fugiu de seu assédio o quanto pôde.
Ele se esquivou de todas as maneiras, mas ela foi implacável. Mulher quando quer, não tem jeito.
E finalmente, naquela tarde de domingo, a carne se rendeu.
Numa mistura de tesão e ódio, ele a possuiu com fúria, sobre a escrivaninha da sacristia.
Mas a desgraça de fato é que, em se tratando de igreja, sempre existem beatas vigilantes, ou carolas beligerantes, como queiram.
O fato é que quatro delas irromperam na sacristia quando o padre e a pecadora estavam no final da luta.
A pecadora escapuliu, rápida como uma lebre, nua em pelo.
O padre ficou ali, de olhos baixos e bandeira a meio pau, sem saber o que fazer ou poder dizer.
Dias depois, de tão murmurado e escarnecido, o padre anoiteceu e não amanheceu. Ninguém sabe o destino que tomou.
A pecadora, dizem que pode ser vista vagando pelas estradinhas de terra circunvizinhas, em noites de lua.
Mas, contam que não é mais bela e sedutora. Dizem que seu aspecto está muito diferente.
Autor: Paulo de Souza Xavier
Bom Jesus do Norte ES, 29/10/2012.
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